segunda-feira, 21 de setembro de 2009

I Touch Myself

De repente chega o friozinho de noite. Sinto-me tão sozinha nessas horas e penso que ele poderia chegar logo. Já está demorando. Já passam das 10:30. Ele já deveria ter chegado. Mas a verdade é que ele não gosta tanto de mim. Nas noites frias costumo me flagrar numa irritante e profunda auto-piedade. Francamente, não há nada pior. Há algo pior sim: esperar ele chegar para me esquentar.
Há tempos atrás contava com a ajuda da Darma, minha linda gata de três cores que em dias frios deitava no ângulo de 90 graus que se criava entre minhas pernas e tronco devido a minha posição quase fetal em virtude do frio que me fazia ficar encolhida ao máximo. Penso nos carinhos que ele me faz e no chapéu de Cowboy. Ah, o chapéu... Quando a barbinha está por fazer o chapéu combina ainda mais. Mas já são 11 horas e não paro de pensar nele usando o chapéu e a barba. Faço justiça com as próprias mãos, afinal não agüento esperar. Perco toda aquela energia sexual e percebo que há algo pior: a perdi sozinha. Apenas eu e minha mão. Se ele tivesse perdido comigo, talvez seria melhor. Arrependo-me por isso. Foi ridículo, afinal ele já está chegando. Será que eu não poderia esperar? Mas por quê ele não está em casa ainda? Acabo de encontrar um culpado. O mundo não gira em torno dele, foi por isso que me toquei e não o esperei para que fizesse tal coisa por mim. Devo contar a ele? Acho que sim, ele ficará contente em saber que faço isso pensando nele e no seu chapéu. Mas ele ainda não está em casa e estou arrependida por não tê-lo esperado. O que faço enquanto ele não chega? Onde ele estará? Maltrato a mim mesma criando lugares e pessoas que podem estar com ele. E se ele estiver com alguma mulher? Não, esse ciúme não combina comigo.
Quer saber? Não mais o esperarei. Vou dormir antes que ele chegue. Mas antes, vou me tocar mais um pouquinho. Só para sentir o apogeu do meu prazer solitário mais uma vez. Como uma adicta, deixo minha doença se manifestar de forma inconseqüente pensando que o mal já está feito e por isso não terá problema fazer mais um pouquinho. Um morto não fica mais morto só por levar alguns chutes no velório. Um defunto é sempre um defunto.

Não me façam perguntas. Não tenho idéia dos motivos que me levaram a escrever tais insanidades, mas baseia-se em coisas que falei, vi e ouvi no final de semana. Talvez deva dedicar ao Fábio e a Raquel.

Um comentário:

  1. Pô, qual é?
    Eu sou eu e você é você.
    Um sou eu e outra é vocÊ.
    Mas já nem sei dizer onde começa você e onde termina eu (como a música).
    Mas a música toca por toda parte

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